STJ aceitou hoje denúncia contra Wilson Lima e mais 13 pessoas

Publicado em 20/09/2021 – 20:26

* Leia logo abaixo nota da Redação por Antonino Simões de Campos

Por unanimidade, a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou hoje (20) denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador do Amazonas Wilson Lima, e mais 13 pessoas. Com a decisão, todos passam à condição de réus e vão responder a um processo criminal. 

Wilson Lima é acusado pela PGR de chefiar uma suposta organização criminosa, da qual participaram os demais denunciados, responsável por desviar recursos na compra de respiradores durante a pandemia de covid-19. Ele também foi acusado de fraudes em licitação e peculato.

O colegiado seguiu voto proferido pelo relator, ministro Francisco Falcão. Durante a leitura do voto, Falcão afirmou que documentos encontrados no gabinete do governador indicam que ele tinha conhecimento do processo de aquisição fraudulenta de 28 respiradores vendidos ao governo estadual por uma importadora de vinhos, com dispensa de licitação.

Outro indício de envolvimento do governador seria o fato de ele ter ido pessoalmente ao aeroporto receber, em 7 de abril do ano passado, 19 desses equipamentos, sendo que a compra somente foi efetivada pelo governo estadual no dia seguinte.

Falcão afirmou ainda que “existe justa causa para se considerar o governador do Amazonas partícipe nos delitos de dispensa de licitação e partícipe da fraude na aquisição de 28 respiradores que tiveram preços elevados com abusividade”.

O relator também afirmou considerar que “o governador exercia o comando da organização criminosa engendrada na cúpula do governo do Amazonas, que visava a prática de delitos de fraude,  dispensas de licitação indevidas e peculato”.

Por falta de provas, o ministro recusou a abertura de ação penal em relação a dois denunciados, incluindo o atual chefe da Casa Civil do Amazonas, Flávio Cordeiro Antony Filho.

Entenda

Em abril, a PGR apresentou denúncia, assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, contra o governador e outras 15 pessoas, incluindo o vice-governador, Carlos Almeida, e o secretário de Saúde à época dos fatos, Roberto Tobias. Além de participação em organização criminosa, os envolvidos foram acusados de fraudes em licitação e peculato, no caso de agentes públicos. 

De acordo com a peça de acusação, o governo estadual comprou os 28 respiradores por 2,9 milhões de uma importadora de vinhos dois dias depois de ter recebido uma proposta de venda dos mesmos aparelhos por 2,4 milhões de uma outra empresa do setor de saúde.

Segundo a denúncia, a importadora de vinhos comprou os aparelhos poucas horas antes de vendê-los ao governo, servindo apenas como intermediadora para elevar o preço dos equipamentos. A manobra teria resultado no desvio de R$ 496 mil.

O preço dos respiradores, contudo, já se encontrava superfaturado, argumentou a PGR. Segundo os investigadores, que se valeram de pareceres do Tribunal de Contas do Amazonas, o sobrepreço teria resultado num prejuízo superior a 2 milhões aos cofres públicos estaduais.

Ao final, os equipamentos sequer serviram para tratar pacientes com covid-19, pois não seriam adequados para o tratamento de casos graves, destacou a denúncia.

Defesa

Na manhã desta segunda-feira, os ministros do STJ ouviram 17 diferentes advogados em defesa dos denunciados. Todos argumentaram inépcia da denúncia, que teria sido falha ao apresentar atos individualizados ou provas de conluio envolvendo a compra dos respiradores.

Segundo os advogados, apesar de quebras de sigilo telefônicos, a PGR não teria sido capaz de apontar atos inequívocos que apontem a existência de uma organização criminosa.

O advogado Nabor Bulhões, que representa o governador Wilson Lima, acusou o Ministério Público de ter abusado de seu poder investigatório, promovendo uma narrativa sobre organização criminosa a partir de supostas irregularidades num simples processo de dispensa de licitação.

“Para investigar suposta irregularidade na dispensa de licitação na aquisição de 28 equipamentos pulmonares, a PF já cogita da existência de suposta organização criminosa voltada para dispensa de licitação. Isso é absolutamente ilógico, absolutamente inadmissível. É absurdo, teratológico”, disse Bulhões.

O defensor acrescentou que “não há verdadeiramente na denúncia qualquer descrição das circunstâncias elementares que indiquem organização criminosa”.

Em nota, o governador declarou que nunca recebeu qualquer benefício e que as acusações não têm fundamento. 

“As acusações contra mim não têm fundamento e tampouco base concreta, como ficará provado no decorrer do julgamento. Nunca recebi qualquer benefício em função de medidas que tomei como governador.  A acusação é frágil e não apresenta nenhuma prova ou indício de que pratiquei qualquer ato irregular. Agora terei a oportunidade de apresentar minha defesa e aguardar, com muita tranquilidade, a minha absolvição pela Justiça. Tenho confiança na Justiça e a certeza de que minha inocência ficará provada ao final do processo”, declarou.

Agência Brasil

*Redaçao

O Despertar!

A questão do STJ aceitar denúncia contra o governador Wilson Lima e mais 13 pessoas, vamos, enquanto estivermos a corrupção desenfreada nos poderes, caminhar pela mesma decepção que estamos acostumados a vivenciar, a impunidade. A descrença da esperança é a mesma com tantos exemplos de uma grande maioria de políticos no Congresso Nacional, com seus corporativismos – até associados ao STJ -, sendo absolvidos ou processos empurrados como sujeiras para debaixo do tapete, cuja intenção, como se evidencia, são as trocas de favores em todos os sentidos da imoralidade. A palavra democracia é usada na retórica política como pano de fundo para encobrir a imoralidade.

Outro exemplo clássico é a CPI no Senado, como o povo e nós sabemos através das redes sociais e das TVs abertas, é a grande mãe da imoralidade. Ao invés dela se ater ao foco verdadeiro da corrupção da pandemia que é para onde foram enviados trilhões de reais – às prefeituras e aos governos dos estados brasileiros em plena campanha eleitoral endossada e comandada pelo STJ e STE -, simplesmente num ato engenhoso dos bons malandros, desviaram sua funcionalidade para encobrir seus protegidos e coniventes “amiguinhos” e tentar um impeachment do presidente Bolsonaro.

Não dá para entender como cabe tanta burrice nas cabeças destes homens, quando não se descobrem que não estão vivendo mais no passado de uma política decidida numa sala fechada. Ainda não se atentaram que nada mais fica escondido a quatro paredes. Hoje sabe-se tintim por tintim de tudo em questões de segundos, de tudo mesmo, do que acontece nos bastidores do submundo da política e da justiça. O Sistema de Poder não é mais único, agora é compartilhado com o povo através das redes sociais e das TVs abertas.

Gostaríamos que esses poderosos tivessem em mãos um despertador da consciência, que pudesse despertá-los sempre quando fossem decidir assuntos relacionados a vida pública brasileira. A palavra chave é expansão da consciência, e que só pode vir alicerçada numa boa formação familiar e de um bom currículo escolar para tomar decisões corretas. E em ter a noção de que o que fazem nada mais vai ficar escondido a sete chaves. A realidade da vida no Brasil e no mundo é outra. A questão é despertar!

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Antonino Simões de Campos
Jornalista formado pela Universidade Ceub - Brasilia/DF. Ex-presidente da Adjori/ES - Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Estado do Espírito Santo - de 2013 a 2016