Apesar de não se ostentar, Samuel Zuqui construiu 200 casas populares e 165 melhorias habitacionais (banheiros, cozinhas e caixas d’água)    

Consultando jornais, historiadores e moradores da cidade de Piúma, pude verificar que em toda história do município, o único prefeito que construiu casas populares para os mais carentes foi Samuel Zuqui. Os dados registrados me levou a curiosidades, e o espírito jornalístico como é muito tentador, marcamos uma entrevista com ele. E lá fomos nós para sua casa em Piúma.

Muito educado e cortês, Samuel Zuqui nos recebeu com muito carinho e nos deixou bem à vontade

hgnoticias.com.br – Samuel, a sua profissão de pedreiro e vindo de família humilde foi o que o motivou a construir casas populares para a população mais carente do município, quando o senhor foi o prefeito de Piúma?

Samuel Zuqui – Ainda criança senti na pele o que era morar de favor nas casas dos outros. Meus pais não tinham condições. Éramos pobres e vindos da roça para Piúma. Era muito sofrido. 

Hg – Mas, pelo que soubemos, você também teve influência religiosa. Participou de algum movimento dentro da igreja? 

Samuel Zuqui – Participei ativamente do grupo de jovens. Fazíamos mutirão de mão-de-obra e ajudávamos a bater lajes, rebocar e reformar casas dos moradores de Piúma. Era muito divertido e prazeroso em ajudar as pessoas. E quando terminávamos, o dono da casa nos brindava com um almoço e, às vezes, com um delicioso frango assado – ‘deixou sair um leve sorriso de alegria’. 

Hg – Então essa vida sofrida na infância, a igreja e mais esse envolvimento popular o influenciou no sentimento humano, no sofrimento das pessoas, para construir essas casas populares?

Samuel Zuqui – Sim. É muito triste ver as pessoas passando necessidades. Seja qual for o motivo. E a gente sentia o sofrimento de muitas pessoas que necessitavam de moradias. A partir daí iniciamos as construções.

Hg – Nós sabemos que não é fácil conseguir casas populares e de graça para a população. Como o senhor conseguiu?   

Samuel Zuqui – Foi um longo caminho a percorrer. Primeiro fizemos os projetos dentro das exigências governamentais, que é complicado, e depois com auxílio de políticos influentes na área federal e estadual foi fundamental. Precisamos ser organizados e saber como e onde conseguir os recursos. 

Hg – Devido a sua experiência política, o senhor conseguiu fazer muitas amizades juntos aos políticos influentes, e foi isso que o ajudou?

Samuel Zuqui – Sim, com certeza. O prefeito precisa ter muita habilidade política e ser confiável, transparente e sério com seus propósitos junto aos políticos, Ministérios e órgãos públicos. Se não fica muito difícil conseguir qualquer benefício para a população.

Hg – Foi por isso que os outros prefeitos que o antecederam não conseguiram obras tão importantes socialmente? Faltaram-lhes essa experiência e habilidade?

Samuel Zuqui – Não quero entrar nesse mérito. Eles fizeram o que puderam dentro dos seus mandatos. Cada um do seu jeito.

Hg –  Pelo jeito o Senhor não quer olhar para o passado?

Samuel Zuqui – Podemos olhar para o passado sim. E ver o que deixou de se fazer e, agora, mais consciente, elaborar projetos e planos que tragam mais qualidade de vida para as pessoas. 

Hg – Mas também têm os erros do passado?

Samuel Zuqui – A gente precisa reconhecer os erros, e através deles fazer os acertos, melhorar, para planejar o futuro mais próspero. É com os erros que aprendemos. Eu sempre fui assim: procuro sempre melhorar em tudo que faço, fazer o melhor, conversar com as pessoas e senti-las em suas aspirações e desejos. Ouvindo as pessoas é que aprendemos mais. 

Hg – A sua derrota na eleição passada lhe trouxe alguma frustração política por não ter realizado algo mais que queria? 

Samuel Zuqui –Sim. A gente quer sempre fazer mais e melhor. Não concluir a obra da Orla foi muito triste pra mim. Conseguimos os recursos, o mais difícil, mas infelizmente só não a realizamos por interferência política e da Promotoria local na época, que paralisou a obra. E estávamos no final de mandato, e o que complicou ainda mais foi o pouco tempo que nos restava para solucionar esse entrave. Isso me deixou frustrado e muito triste.    

Hg – Essa é uma das razões para o senhor querer voltar a ser o executivo municipal? 

Samuel Zuqui – Estou colocando meu nome à disposição novamente como pré-candidato a prefeito, pois me sinto mais preparado e com a minha experiência, somada a vontade dos que querem ver Piúma voltar a crescer, podemos trazer a esperança de volta. A Orla pra mim é uma questão de honra! 

Hg – Ricardo afastado e sua vice, a dona Martha, que assumiu, não conseguiram dar sequência nessa obra. Ficou claro as denúncias de corrupção tanto no mandato de um como de outro. Como o senhor pretende superar esse complicador?  

Samuel Zuqui – Essas questões judiciais não cabem a mim. Não condeno, até porque não tive acesso aos autos. Quero focar em Piúma. É lógico que é complicado desfazer todo esse entrave, mas não impossível. Até porque, caso nosso projeto de certo, não serei eu o responsável pelos erros dos outros. Cada um responde por si. 

Hg – Muita gente confunde processo com condenação. O senhor foi condenado por irregularidades administrativas?

Samuel Zuqui – Não, nunca fui condenado em todos meus quatro mandatos como prefeito de Piúma. Todo mundo pode abrir processos, fazer denúncias. É dever do Ministério Público e dos contribuintes fiscalizar as ações públicas. Agora, condenado em processo de improbidade administrativa não! Nunca fui.   

Hg – Voltando às casas populares. Apesar do senhor não fazer tanto alarde, sabemos por terceiros que construiu 200 casas e realizou 165 melhorias habitacionais. O senhor eleito, pretende construir mais casas populares?

Samuel Zuqui – Sim, é verdade, nós construímos essas 200 casas. Quero deixar bem claro, dessas 165 melhorias habitacionais foram construção de banheiros, cozinhas e caixas d’água. É lógico que esse projeto deve continuar, pois sempre terá déficit habitacional, e muita gente precisa de uma casinha para morar. Fizemos e acredito que deva continuar sendo feitas para essas pessoas humildes. E também acredito, com a vontade e experiência que temos, tudo se tornara bem mais fácil.

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Antonino Simões de Campos
Jornalista formado pela Universidade Ceub - Brasilia/DF. Ex-presidente da Adjori/ES - Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Estado do Espírito Santo - de 2013 a 2016