Isso porque no fim de 2019, 57% dos profissionais com idade entre 55 e 59 anos estavam empregados. No entanto, neste ano, a taxa de ocupação ficou em 51%, segundo dados da Pnad

05 /09/ 2020 às 12h52

Para tentar ajudar o pai, que está desempregado há 3 anos, Jéssica Viana usou a rede social para postar um vídeo dele falando sobre as suas habilidades na área de telemarketing para um processo seletivo, em sua página do Twitter.

O pai, Wagno Viana, tem 56 anos e vem encontrando dificuldades para conseguir um emprego.  A publicação na rede social já ultrapassou 180 mil visualizações.

O apelo levantou a discussão sobre os desafios desse público para continuar trabalhando após os 50 anos. 

No entanto, o caso do senhor Wagno não é isolado. Isso porque no fim de 2019, 57% dos profissionais com idade entre 55 e 59 anos estavam empregados. No entanto, neste ano, a taxa de ocupação ficou em 51%, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios devido ao coronavírus.

As oportunidades desse público voltar para o mercado de trabalho depois de um ano sem emprego, de acordo com a pesquisa, é de 15,1%. E o risco desses profissionais perderem sua vaga este ano é de 15,3%.

O último levantamento feito pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados também não foi favorável para este público. Ele mostrou que os profissionais com mais de 50 anos foram os que mais sofreram demissões do que contratações em julho.

Durante entrevista para o portal R7, Mara Turolla, gerente de desenvolvimento de talentos e diversidade na LHH, explicou que em períodos de crise econômica, os mais jovens que estão entrando no mercado de trabalho e os profissionais que estão saindo, são os mais afetados nos cortes das empresas.

“As empresas priorizam os profissionais mais qualificados e os cortes ficam concentrados em níveis menores e nos trabalhadores com mais idade.”, afirmou a especialista. 

Idade pesa menos do que falta de proatividade

No entanto, para o Edson Carli, CEO da Academia Brasileira de Inteligência Comportamental, acredita que a idade não influencia as demissões das empresas.

“Vemos muitos profissionais com mais de 50 anos em posição de liderança nas companhias.” Carli acredita que a questão “não está ligada com a idade em si, mas com o fato de as pessoas fazerem a mesma coisa por muito tempo”.

Por outro lado, Carli ressalta que ao mesmo tempo em que as empresas desligam os profissionais acima de 50 anos, exigem que os mais novos tenham resiliência, flexibilidade e maturidade para conviver com as “agruras do ambiente de trabalho”.

Confira algumas dicas para se recolocar no mercado de trabalho após os 50 anos

• Seja flexível e aceite outras formas de vínculo para manter-se ativo economicamente. Normalmente as empresas optam por dar as vagas formais, com registro em carteira, para os profissionais mais jovens e contratam os mais maduros como autônomo, microempresário ou associados.

• Use a sua rede de relacionamentos para buscar vagas na sua área de atuação.

• Nunca pare de estudar. Por mais que seja especialista na sua área, é importante manter a educação continuada. E estar sempre antenado nas vagas de emprego ofertadas pelo mercado de trabalho.

Fonte: Folha Vitória

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Antonino Simões de Campos
Jornalista formado pela Universidade Ceub - Brasilia/DF. Ex-presidente da Adjori/ES - Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Estado do Espírito Santo - de 2013 a 2016