Após o crime, ocorrido em janeiro de 2019, ele deixou uma frase escrita no chão com o sangue da vítima: “se você não pode me pagar em dinheiro, me paga com a vida”.

Marcelo Thomaz, de 39 anos, suspeito de matar o empresário Gerson Modolo, dono de uma pousada na região de Pedra Azul, em janeiro de 2019, foi preso em Osasco, São Paulo. Segundo a Polícia Civil capixaba, chama a atenção o perfil do suspeito, que apresenta traços de personalidade psicopática.

De acordo com o delegado-chefe da Polícia Civil, José Darcy Arruda, antes de cometer o crime, ele já era investigado por outro homicídio. Segundo o delegado, o suspeito tem personalidade perversa. “Após o crime, ele faz questão de deixar escrito, com sangue, um recado. Ele tem uma compulsão por matar, mas deixa, na cena do crime, algo para aguçar a investigação, desafiando o investigador, no sentido de ‘quem vai me descobrir?’. Não tenha dúvida que ele tem a personalidade psicopática”, disse.

Arruda afirmou ainda que a linha de investigação descartou o envolvimento da esposa da vítima no crime, hipótese levantada na época do homicídio. Segundo o delegado, o dono da pousada não sabia do homicídio anterior quando o suspeito começou a trabalhar para ele. “A vítima não sabia. Geralmente essas pessoas são envolventes, encantadoras, porém desonestas. Elas envolvem a vítima a ponto de confiar nele”, explicou.

A investigação do crime foi conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Venda Nova do Imigrante. Segundo o delegado Alberto Roque Peres, a investigação concluiu que o crime não foi premeditado. Tudo indica que a morte do empresário aconteceu no meio de uma discussão com o suspeito.

De acordo com o delegado que conduziu a investigação, foi comprovado que havia uma negociação que envolvia madeiras entre o investigado e a vítima. “Esta negociação gerou um prejuízo para ambos e eles se cobravam entre si, dizendo quem tinha razão. Quando a vítima descobriu que o investigado tinha um mandado de prisão contra ele, ameaçou a entregá-lo a Justiça. Chegou a discussão a um ponto bem grave, que culminou no homicídio”, disse.

As investigações apontaram, ainda, que o indiciado chegou a trabalhar na pousada, mantendo uma amizade com a vítima. Foi nesta época, que começou a negociação das madeiras. “Durante esse período, havia umas madeiras de lei, no qual a vítima tinha cortado com autorização ambiental e estavam em sua propriedade. O indiciado se dispôs a levá-las a Grande Vitória para serem feitos móveis e ambos receberiam dinheiro por isso. Quando houve a negociação, as madeiras foram entreguem em Cariacica. Foram feitos móveis, mas a vítima alegava que não estava de acordo com a qualidade que havia sido combinada. A partir daí começou uma discussão. O Gerson queria receber o restante das madeiras e uma indenização pela falta de qualidade nos móveis. A negociação começou em junho de 2018, culminando na morte em janeiro de 2019”, explicou o delegado.

De acordo com as investigações, não houve luta corporal entre os dois, o que aponta que o indiciado aproveitou de um momento de distração da vítima para aplicar o golpe com um pedaço de madeira. “O indiciado negou a negociação da madeira e a participação no homicídio. Ele também negou a participação no outro homicídio anterior”, afirmou.

No momento da prisão, ocorrida em Osasco, o suspeito não teria resistido, de acordo com informações da Polícia Civil de São Paulo. Ele ainda portava um documento falso, que ainda não havia sido utilizado. Uma equipe da PC capixaba está no local para ter acesso à materiais de investigação. O indiciado aguarda a transferência para o Espírito Santo.

O crime

Na noite do dia 22 de janeiro do ano passado, o corpo do empresário Gerson João Modolo, proprietário de uma pousada em Pedra Azul, foi encontrado dentro de sua casa, em Nossa Senhora do Carmo, uma localidade do distrito de Aracê, em Domingos Martins. Ele foi morto com um golpe na cabeça

Policiais Militares foram acionados para averiguarem a ocorrência. Na época, em contato com a esposa da vítima, os policiais foram informados que ela estava viajando com a filha e não sabia o motivo do fato. Populares também não tinham ciência sobre a causa do fato.

Ainda na época do crime, de acordo com o delegado Leonardo Delgado Botelho, da Delegacia de Domingos Martins, o suspeito teria escrito com o próprio sangue da vítima a frase “se você não pode me pagar em dinheiro, me paga com a vida”.

Referência: https://www.folhavitoria.com.br/

Foto divulgação: Polícia Civil

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Antonino Simões de Campos
Jornalista formado pela Universidade Ceub - Brasilia/DF. Ex-presidente da Adjori/ES - Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Estado do Espírito Santo - de 2013 a 2016