Uma pergunta que não quer calar… O que explicaria diversas tartarugas marinhas aparecerem mortas a beira mar: Em Guarapari, nas Praias do Morro, da Cerca, de Setiba e em Anchieta, Castelhanos, Iriri, além de Vila velha na Praia da Sereia. De uns tempos pra cá, esse “acidente” se é que podemos dizer assim, tem se tornado cada vez mais comum. É realmente muito triste ver a cena. Para os guarda- vidas Wildson França e Pedro Lelis que trabalham na Praia do Morro à anos, o fato estaria relacionado à poluição das águas do mar, o lixo, as sacolas plásticas lançados no mar enfim… Eles explicam que só durante os meses de abril e maio já apareceram na Praia do Morro aproximadamente dez grandes tartarugas mortas, o que não é normal. “O curioso é que animais vêm sendo enterrados na própria areia da praia” comentaram.
Segundo os biólogos e coordenadores do projeto responsável o PMP-BC/ES (Programa de Monitoramento de Praias da Bacia de Campos e do Espírito Santo), Thiago Queiroz e Daniela Sipprop, “O procedimento de enterrar carcaças na praia é empregado somente quando o animal é encontrado morto e em condição de decomposição avançada. Os animais que são encontrados mortos em condição de decomposição não avançada são todos recolhidos e encaminhados para uma das bases veterinárias do PMP-BC/ES ou para uma das instituições parceiras, onde são realizados procedimentos necroscópicos para tentar determinar a causa mortis do animal” esclareceu…
Com mestrado em engenheira química pela Universidade Federal Fluminense do RJ (UFF), Karinne Carnevalli de Almeida, esclarece que a causa vai muito além da poluição superficial: “Creio que um grande agravante está relacionado a possíveis danos ambientais provocados pelas empresas de grande porte de óleo e gás onde pode ocorrer acidentes de grande derramamento de óleo e metais pesados dos minérios de ferro, metal que acumula no organismo dos seres vivos e provoca a morte dos animais marinhos como peixes, tartarugas e golfinhos além de prejudicar o próprio homem em si” destacou.
Ainda segundo o coordenador do projeto responsável, o envio de dados brutos, assim como a quantidade de animais marinhos mortos e a causa dessas mortes não podem ser divulgados ainda. Em nota, ele esclareceu que após o contato com a fiscalização do contrato com a Petrobrás um relatório quadrimestrais será obrigatoriamente enviado para o IBAMA, órgão ambiental responsável por fiscalizar o PMP-BC/ES e que as informações estarão disponíveis no IBAMA a partir de agosto deste ano, quando poderão ser consultados por qualquer cidadão interessado.
O fato é que precisamos descobrir as verdadeiras causas para que o mal não se repita. E prevenir certamente é o melhor remédio.É bem verdade que ainda não existe leis ambientais mais exigentes que tentem puni
r de uma forma mais rigorosa os responsáveis por afetar o meio ambiente de forma direta. Sabemos o quanto isso é prejudicial, mas também temos a consciência de que se faz necessário a geração de novos empregos através da exploração e do lucro das empresas de grande porte. Só não podemos nos esquecer que a natureza e o meio ambiente é vida, e é ela quem nos fornece todas as nossas riquezas naturais. Por isso, é preciso preservá-la. Pensem nisso!
Por: Andréa Bussade
