O protocolo de sugestões na retomada das atividades do Transporte Escolar elaborado pela instituição traz os principais cuidados que devem ser tomados para manter a segurança dos clientes e colaboradores

14/09/2020 às 08:00

Há seis meses a pandemia do coronavírus alterou todo o funcionamento das atividades escolares no país. Crianças, jovens e adultos passaram a estudar em casa através do ensino online. Com isso, os empreendedores do segmento do transporte escolar tiveram que se reinventar, e em muitos locais, estão com a atividade econômica totalmente parada. Em muitos estados, o isolamento social começa a ser flexibilizado e os profissionais da área precisam cuidar de uma série de adaptações para garantir a segurança dos clientes, dos colaboradores e de toda a população a partir do momento que as escolas voltarem a funcionar. Pensando nisso, o Sebrae preparou um protocolo com sugestões e orientações para a retomada desse serviço.

Todo o conteúdo do Protocolo foi produzido a partir de normas técnicas de instituições nacionais e internacionais, tais como Organização Mundial da Saúde (OMS), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Associação Nacional de Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Ministério da Economia, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e de informações e sugestões de parceiros institucionais, como a Confederação Nacional de Transporte (CNT) e Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest e Senat).

O documento desenvolvido pelo Sebrae e parceiros se preocupa primeiramente com a segurança e a saúde: pública, do trabalhador, gestor e cliente (sobretudo deste último), trazendo também informações para que o consumidor conheça as boas práticas do setor e se sinta confiante para voltar à rotina de consumo. A primeira consideração geral é a importância de observar os decretos federais, estaduais e municipais quanto às datas de retomada e quantidade geral de passageiros que podem ser transportados. Com certeza esses regimentos irão estabelecer os parâmetros considerados mais seguros para a sua região, a partir da realidade local. Os protocolos, de modo geral, estão alertando sobre a possível readequação das distâncias mínimas entre passageiros nos veículos: através de alterações nos bancos disponibilizados ou utilização de bancos vazios entre clientes em bancos conjugados, por exemplo.

O uso de álcool em gel e de máscaras fazem parte do “novo normal”. Todos os pais, passageiros e colaboradores do transporte devem usar máscaras e fiscalizar o uso adequado da peça. O empreendedor deste segmento além dos cuidados básicos, como: higienizar constantemente o veículo; fornecer álcool em gel para os passageiros ao entrar e ao sair do veículo; utilizar e cobrar a utilização de máscaras; até mesmo controlar/aferir a temperatura dos clientes ao entrar no veículo (evitando transporte de pessoas febris ou que estejam contaminadas com o covid19); terá certamente que se adequar e constantemente revisar seu veículo (sua ferramenta de trabalho) a uma nova realidade de convivência com o vírus. As rotinas de limpeza precisam ser redobradas e muito mais atenção deve ser despendida na desinfecção de superfícies e pontos comuns ao toque no veículo.

Limpeza do veículo

O ideal é que uma limpeza geral com desinfecção seja feita antes e depois de cada turno, pela manhã, tarde e noite. Certifique-se de que os procedimentos de limpeza e desinfecção sejam seguidos de maneira consistente e correta, incluindo o fornecimento de ventilação adequada quando produtos químicos estiverem em uso. As portas e janelas devem permanecer abertas ao limpar o veículo. Ao limpar e desinfetar, os indivíduos devem usar luvas descartáveis compatíveis com os produtos utilizados, bem como qualquer outro EPI necessário, de acordo com as instruções do fabricante do produto. Recomenda-se também o uso de uma bata descartável, se disponível.

Para superfícies duras e não porosas no interior do veículo, como assentos rígidos, apoios de braços, maçanetas, fivelas de cinto de segurança, controles de luz e ar, portas e janelas e puxadores, limpe com água e sabão se as superfícies estão visivelmente sujas, antes da aplicação de desinfetante (que pode ser solução com água sanitária ou álcool 70%). Já para superfícies eletrônicas tocadas com frequência, como tablets ou telas sensíveis ao toque usadas no veículo, remova a sujeira visível e desinfete seguindo as instruções do fabricante para todos os produtos de limpeza e desinfecção. Se nenhuma orientação do fabricante estiver disponível, considere o uso de toalhetes ou sprays à base de álcool 70%. As luvas e qualquer outro EPI descartável usado para limpar e desinfetar o veículo devem ser removidas e descartadas após a limpeza.

Cuidado com os colaboradores

Crie um novo protocolo para o trabalho dos colaboradores. Primeiro, deixe claro a todos que aqueles que apresentarem sintomas de contaminação pelo Covid-19, devem ficar em casa e procurar ajuda médica. Estabeleça o uso de uniformes que devem ser colocados somente quando chegarem ao trabalho. Incentive uma postura mais contida, sem apertos de mãos, abraços ou gestos mais próximos. A pessoa que recebe as crianças/estudantes deve ser orientada a manter uma distância segura dos passageiros, no caso de haver formação de filas.

Tomados todos esses cuidados práticos em relação ao transporte e colaboradores, é a hora de reestabelecer a relação de confiança que você tem com o seu cliente. Sim, ele já confia a você a missão de levar uma pessoa de sua família para a escola/faculdade, agora é necessário mostrar para ele que você e sua empresa são capazes de manter as orientações de segurança e que irão contribuir com a saúde da família dele. O fator de decisão emocional será capaz de direcionar o cliente a escolher retornar ao mesmo prestador de serviços de antes da epidemia, ou migrar para empreendedores que além de realizar os procedimentos acima citados, evidenciem estes protocolos aos clientes e/ou responsáveis, estabelecendo uma nova relação de consumo, potencializando o respeito pelas normas e atitudes proativas em prol da saúde das partes. Oportunidades surgem diante das dificuldades, cabe ao empreendedor, se atentar a estes detalhes, inovar, e fazer a diferença.

Prepare-se para manter estas adequações na prestação de serviços por prazo indefinido, tendo em vista as incertezas da duração da epidemia. Ao retornar à utilização do transporte escolar, o empresário deve deixar claro que estará mantendo os níveis de segurança enquanto forem necessários, não relaxando ao decorrer dos dias da operação, sendo revisados e fiscalizados por grupos de clientes ou associações do gênero, para evidenciar ao cliente a manutenção dos diferenciais estabelecidos nesta nova relação de consumo.

Dicas práticas

Para o transporte:


*Siga sempre as informações oficiais. É possível que seja revista a lotação/quantidade de pessoas/estudantes por veículo (van/ônibus escolar), sendo provável que sejam readequadas as distâncias mínimas entre clientes/passageiros.

*Forneça álcool em gel para os passageiros ao entrar e ao sair do veículo e cobre o uso de máscaras por todos.

*Verifique a possibilidade de aferir/controlar a temperatura dos passageiros antes do embarque.

*A limpeza geral com desinfecção do veículo deve ser feita antes e depois de cada turno, pela manhã, tarde e noite.

*Dê preferência por usar as janelas abertas, com ventilação natural.

Para os colaboradores:

*Disponha de álcool em gel 70% dentro do veículo para uso de todos.

*Peça que seus colaboradores coloquem uniforme somente quando chegarem ao local de trabalho.

*Ofereça luvas e demais equipamentos EPI para que eles realizem a limpeza e desinfecção do veículo.

*Verifique a possibilidade de instalar uma barreira de vidro ou acrílico entre o motorista e os passageiros.

*Oriente seus colaboradores para que mantenham um distanciamento seguro de aprox. 1,5m entre as pessoas.

*Providencie borrifadores com álcool em gel 70 % para serem usados nas solas dos calçados de quem entra no veículo.

Para os clientes:

*Reestabeleça a confiança com o cliente para que ele entenda que sua empresa é capaz de transportar com segurança.

*O fator de decisão emocional será capaz de direcionar o cliente a escolher retornar ao mesmo prestador de serviços de antes da epidemia, ou migrar para empreendedores que além de realizar os procedimentos possuem consistência nas medidas de segurança.

*Na hora do pagamento, dê preferência às transferências bancárias. Caso use a maquininha de cartão, ela deve ser envolvida em papel filme e higienizada antes e depois da operação.

*Use suas redes sociais para mostrar aos clientes como se preparou para enfrentar a pandemia.

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Fonte: Sebrae

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Antonino Simões de Campos
Jornalista formado pela Universidade Ceub - Brasilia/DF. Ex-presidente da Adjori/ES - Associação dos Jornais e Revistas do Interior do Estado do Espírito Santo - de 2013 a 2016

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